sexta-feira, 6 de maio de 2011

Uma vida em imagem



Foto: Jéssica Ellen Barbosa - 2011


Quinta-feira, 14:48. Enquanto nas grandes metrópoles, pessoas se apertam em edifícios e o ar condicionado equilibra a temperatura para que as mãos ágeis possam escrever e-mails, atender a inúmeras ligações, enquanto máquinas trabalham a todo vapor nas indústrias químicas e automotivas, sempre supervisionadas pelo operário ainda há mãos que percorrem um caminho cansativo, árduo. Uma mão que nunca conheceu o teclado de um computador, que está a sombra de qualquer tecnologia. afinal, para que seu trabalho seja realizado ele não precisa de máquinas inteligentes mas de esforço, de braços e pernas firmes para que consiga suportar sua rotina.

Cal, brocha e latão, são essas as suas ferramentas, são essas as suas tecnologias. Um trabalhador rural que traça sua vida através da única máquina dispónível: seu corpo.

A tecnologia pode ser usada por todos - por todos que podem pagar por ela, por todos que tem oportunidades.
 O crescimento tecnológico parece não ter previsto as desigualdades sociais, e enquanto o mundo se transforma através das mídias, existe um mundo paralelo onde não há máquinas ou aparelhos. Neste mundo o que governa é o ser, o ser humano e toda a sua capacidade de mão(nusear). 




3 comentários:

  1. "Quando chegamos num determinado estágio de evolução, nós seres viventes nos auto-destruimos!" Carl Sagan estava correto em certo ponto. Cada vez mais se vê a tecnologia avançando de tal maneira que, estamos destruindo nosso planeta e nos destruindo.
    Observando também que em meio a um mundo completamente ligado - globalizado - ainda existem pessoas que estão em total isolamento social e intelectual, por assim dizer...

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  2. Jéssica, embora as tecnologias a que você se refere no texto tenham ficado secundarizadas na imagem, adorei a perspectiva e o cumprimento da regra dos terços. Seu olho fotográfico tem sensibilidade. Vamos continuar trabalhando!!!

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  3. Interessante comentário visto pela ótica dos que ficaram fora da tecnologia, mas esses trabalhadores braçais são os profissionais mais caros de um mercado criado sem escola. E muitas vezes combinam o serviço, recebem um sinal (grana) e somem para nunca mais voltar. E quando voltam fazem o serviço do jeito deles e não como pediu o coitado do cliente pagante. Pedreiros são umas criaturas a parte...rsrs.

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