terça-feira, 21 de junho de 2011

Confissões de uma (garota????) vivendo no século XXI

Não nego: sou mão de vaca. Mas não, nem sempre fui assim, para falar a verdade eu até que era bem generosa com o meu dinheiro, deixava ele circular livremente nos bolsos dos donos de perfumarias, lojas de bijuterias, bancas de jornais, lojas de roupas e sapatos. Mas, depois de tantas frustrações com produtos de beleza que não tiram efetivamente as espinhas, com brincos que só inflamam a minha orelha, revistas que não tenho paciência de ler até o final, roupas e sapatos que não uso porque ficaram grandes ou pequenos demais, resolvi dar uma trégua para o meu dinheiro e deixá-lo sossegando  na conta corrente.
Mas por que eu estou dizendo tudo isso? Calma que já vou explicar....

Em uma das minhas empreitada alucinadas por comprar objetos fui tentada a comprar um celular. Ele sairia à vista por R$ 500,00, mas eu como mera mortal de 18 anos (na época) e começando a trabalhar parcelei em 12  meses. Com todos os juros acrescidos nas parcelas o valor total do celular seria de R$ 800,00. No começo (antes de começar a pagar e com o aparelho já em mãos) pensei: "ah não tem problemas". Mas na verdade os meus problemas estavam só começando. Em menos de seis meses o celular apresentou defeitos e como estava coberto pela garantia foi feito o reparo que levou cerca de 2 meses.
Ao complentar 13 meses que estava com o celular ele voltou a apresentar defeitos piores até do que da primeira vez e como já não havia a possibilidade de ser consertado através da garantia fiquei com ele  até enquanto ele funcionou (mais um mês). Decepcionada com a perda do celular e a essa altura mais pela perda precoce dos R$ 800,00 do que do aparelho propriamente dito passei a usar  celulares que foram descartados aqui em casa. Aqueles antigos que saíram de moda. E prometi a mim mesma que nunca mais compraria um celular que custasse mais que R$ 200,00 (não que não considere R$ 200,00 muito dinheiro, mas em vista dos R$ 800,00). Enfim, passei mais ou menos três anos lutando contra as tentações da tecnologia que a cada dia se mostravam mais sofisticadas. Até que esse ano me rendi: comprei um celular da LG (esse ai da foto). Dual chip, teclado QWERTY, mp3, câmera, rádío, bluetooth, acesso às redes socias...Minha nossa, não resisti mesmo... por R$ 400,00 eu trouxe essa beleza para casa em Março e agora, desde Maio estou sem ele. Motivo: Defeito.
Já mandei pra assistência técnica que acho que pensou que eu estivesse fazendo alguma pegadinha e simplesmente não realizou o serviço necessário até agora. Estou há um mês sem meu teclado QWERT, sem meus dois chips (que aliás tem bônus)....perambulando,marginalizada e alheia a todo o tipo de comunicação remota.
Ficar sem celular é quase que se anular, se excluir. Pode precer bobagem, mas pensem comigo:
- Quando você vai ver as horas, onde é que você vê? (Eu vejo no celular!)
- Quando você ouve música no ônibus, ou até mesmo no carro, você ouve aonde? (De novo: celuar!)
- Quando você está em apuros e precisa ligar para alguém, você liga do....? (ai saco...do celular né?)
- Foto? (CELULAR!)
-Vídeo? (CELULAAAR!)
- Despertador? (CELULAAAAR!!!)
- Mensagem de texto? (CELULAR!!! CELULAR!!!!)

Está vendo?!

Essas semanas sem meu aparelho me fizeram refletir na minha trajetória com este aparelho. Há 8 anos atrás o mais perto que fiquei  de um celular foi na mão dos meus pais que pagaram muito caro por um aparelho que tinha como operadora a BCP! (Os mais novos nem devem saber  o que era a BCP. Mas só pra resumir ela é hoje conhecida como CLARO ) E nem me deixavam usá-lo. Ele deveria pesar três vezes mais do que pesa hoje um aparelho moderno.
Ganhei celulares que não fazem nem metade do que fazem os aparelhos atuais e me sentia contente por isso, afinal era a tecnologia disponível na época e eu não tinha portanto, o que reclamar. Mas agora, depois desses anos, como posso viver sem mandar msgs o dia inteiro para qualquer operadora por apenas R$ 0,50 por dia? Quem vai me acordar? Como vou ouvir minha música favorita? Ou tirar uma foto mandando beijinho? (Não que eu faça isso!!!! Mas....e se quisesse?)
É por essas e outras que não sei até que ponto a tecnologia nos auxilia, nos liberta..... (se é que isso mesmo que elas deveriam fazer)